Boa noite. Isto do domingo é um dia do caraças, não é pá? Um gajo finalmente tem tempo para fazer o que lhe apetece, mas parece que é o dia em que menos faz. E depois começa a matutar, a maturar (nessa coisa da efemeridade da vida ou lá o que é) e conclusões nem vê-las! Pois é, mas deixa lá. Eu também sou assim, um fraco de merda, preguiçoso.

Mas enfim, é neste domingo que venho fazer um anúncio. Na verdade, já é segunda-feira mas ainda bem, pois vai servir o meu propósito. Isto porque após o domingo, o dia da angústia sem causa identificável, vem a segunda-feira – o dia de picar a mula! O dia em que se acorda com a mesma angústia sem causa identificável mas com uma diferença enorme – é que segunda-feira já não se vai ter tempo para andar a pensar na morte da bezerra; na segunda-feira já andamos todos outra vez que nem ovelhas num rebanho, umas atrás das outras, cegas e submissas. Mas vá, tenho que me deixar de divagações. Eu vim anunciar que vou publicar um livro intitulado “megafone estragado”. Pois é pá, um gajo não pode deixar as merdas na gaveta se não ganha pó, e não rende. Um gajo deve tentar provocar, espicaçar, fazer ondas. Se não andamos aqui todos direitinhos como que se nunca fosse nada connosco e é uma seca. De um modo muito geral deixem-me apresentar o conteúdo do livro:

  • Prólogo;
  • Parte I – 52 textos, reflexões, fragmentos. Todos muito diferentes entre si. Basicamente, o que tenho vindo a publicar aqui no blog;
  • Parte II – Ensaio sobre a religião e talvez algo mais apresentando a minha concepção de uma sociedade utópica;
  • Epílogo.

Isto para mim é um momento emocionante porque tudo isto começou quando eu tinha 16 anos, no verão de 2009. Nessa altura o meu “livro” intitulava-se “Considerações Acerca do Tudo e do Nada” vejam lá. Tratava-se de uma espécie de diário. Depois o manuscrito foi amadurecendo e passei a chamar-lhe “16”. Durante muito tempo deixei tudo isto na gaveta, até que criei este blog em que comecei a publicar os textos que achei que estavam decentes. Vi-me então forçado a ser mais metódico e a ir dando alguns textos por completos e não mais susceptíveis de revisão. Lá está, um gajo é preguiçoso e passa por muitos domingos, andando para aí a perder tempo no que não deve. Eu sou sincero: eu nem sei como é que isto é possível. A verdade é que eu nunca estou contente. Mas finalmente sinto que cheguei a um ponto em que me sinto minimamente satisfeito com o meu trabalho, daí o imperativo de o publicar.

Estou a acabar a parte II e ainda tenho que tratar de muitos detalhes. E, para além disso, tenho a Física, a música e tantos outros interesses. Quanto à editora, irei publicar através da Bubok (http://www.bubok.pt). Quero fazer isto da forma mais DIY e independente possível, sem merdices. Espero que o custo não exceda os 10 euros e mais tarde penso disponibilizar o livro em PDF gratuitamente porque obviamente que eu não quero fazer dinheiro com isto. Interessa-me que o dinheiro investido retorne e que as ideias sejam difundidas. Quanto à data em que estará disponível: fica aqui a promessa de que farei o possível para que no próximo ano (o mais tardar) o “megafone estragado” esteja concertado e que o dono o ande aí a berrar fortemente a pulmões cheios!

Em baixo, antecipo uma parte do livro: o epílogo do livro (que ideia genial, começar a mostrar o fim!). É tudo, e espero que combatam esses domingos obscuros melhor do que eu.

Epílogo

…e a conclusão, na falta de algo mais reconfortante, é que se deve ir continuando a concluir. Tudo o que aqui mostrei é produto de eu me envolver e perder no meu mundo – à secretária na internet, vagueando pelos meus livros, imaginando diálogos comigo próprio ou simplesmente distraído. Quanta informação confrontou estes dois olhos; e, sobretudo, quanto isolamento induzido por mim mesmo eu vivi. Se calhar, não é desmedido chegar a casa e arrumar-me a este canto – ao meu canto. Talvez seja só um complemento. Um singular complemento, permitam-me. Demasiado longe da perfeição, no entanto, sinto-me orgulhoso pela minha determinação. Só o facto de eu ter conseguido pôr um fim a tudo isto foi gratificante. Pode não parecer mas colocar um fim é complicado, principalmente nesta minha idade – eu todos os dias sou confrontado com Conhecimento e mais Conhecimento (parte dele caracterizado por abordagens completamente novas); todos os dias eu crio mais e mais máximas para mim próprio. Portanto, tudo isto é extremamente intenso, extremamente vívido. Às vezes pergunto-me como é que eu ainda não tive um colapso mental. Esta é a minha verdadeira paixão, a paixão pelo Conhecimento. Engraçado, este trabalho começou por ter a designação de “tentativa.doc”…