1º Aniversário

Sim, o megafone estragado faz um ano! É com muito orgulho que recordo este último ano e, tendo em conta que não criei este blog com algum objectivo concreto em mente, estou agradavelmente surpreendido com tudo o que se sucedeu até aqui. Fico particularmente contente quando vêm falar comigo sobre alguma coisa que escrevi. Porque a ideia disto não é que eu esteja a mijar para a parede; quero que as pessoas se envolvam, que digam que não é nada como eu digo que é, que tenham espírito crítico em relação ao que as rodeia!

Recordando os textos que já publiquei, confesso que é com algum pasmo que os reanaliso. Apesar de reconhecer que a essência desses textos ainda sou eu, fico agradavelmente surpreso com a abordagem que usei para me expressar. Volvido um ano, consigo perceber perfeitamente o porquê de o megafone estragado ter nascido nesta fase do ano. Tal e qual como há um ano atrás, a minha cabeça está a começar a dar mais uma vez o nó. Mas é tal e qual como disse um colega meu, ainda que de uma forma simples e reducionista – “um nó pode ser sempre desmanchado, basta pegar numa tesoura”.

Verdade que o ano passado foi uma fase particularmente conturbada da minha vida. As mudanças que a mesma sofreu (entrada na faculdade, viver de forma mais independente, rotinas e pessoas diferentes, etc.) não são suficientes para o justificarem embora reconheça que tenham agudizado a situação. Outros factores mais particulares podem ser mais avassaladores mas, no fundo, não é o que vem do exterior que importa. O que interessa é a busca interior que essas exterioridades induzem. Esta busca interior é dotada de uma circularidade incrível. Isto porque todos os anos há uma fase particular em que esta busca se torna obsessiva. Ultimamente tenho concluído que tenho uma característica particular, vou chamar-lhe assim. Tanto me faz sentir no topo do Mundo como nas profundezas mais angustiantes. Essa característica é a minha capacidade de me distanciar, de como colocar exteriormente a mim, ver-me de fora. Chego cada vez mais à conclusão de que me tornei perito demais, rigoroso demais comigo próprio. Talvez precise de começar a usar o cinto num outro buraco para que fique mais laço… Mas a minha natureza diz-me que eu só me vou sentir bem depois de o ter usado mais apertado. Eu sou calculista, é muito mais fácil desapertá-lo do que apertá-lo…

Apesar de tudo, no final do dia, foda-se às vezes são mesmo longos e desconcertantes, acabo sempre por pensar que, tendo em conta a quantidade de “filmes” que faço na minha cabeça, qualquer dia ainda vou ser realizador de cinema!

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Sobre o livro: Quanto à primeira parte, estou neste momento a dividir o livro por capítulos e a rever os textos com outro detalhe. Os títulos dos capítulos ainda não são definitivos. Quanto à segunda parte, irá consistir num ensaio sobre a religião.

Primeira Parte

Capítulo I – Esboço
Capítulo II – Rejeição de Heróis
Capítulo III – Melancolia Hardcore 1
Capítulo IV – Intervalo Epistemológico
Capítulo V – Eu e as Relações
Capítulo VI – Aforismos
Capítulo VII – Fechado para Inventário
Capítulo VIII – Melancolia Hardcore 2
Capítulo IX – Suspiro
Capítulo X – Salvação

Segunda Parte

Deus como Resposta aos Fenómenos Naturais Inexplicáveis
Deus como Conduta Moral
Deus como Consolação Metafísica
Apêndice

Tenho também pensado na capa. Como podem ver em baixo optei pela coisa mais simples que existe.

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27/8/12

sempre que me deito sozinho, ou seja, sempre que me deito fico a pensar em quem poderia estar ao meu lado. que decadência a minha!

Amenra

I am always very cautious when I praise an artist. That is because I need to be sure that my opinion is independent, as far as possible, of the feelings I get from them. It is certainly true that art make us emotional but feelings are ephemeral. On the other hand, the skills and the effectiveness of the artists are not ephemeral and can be analysed in cold blood.

After this seeming off-topic introduction let me tell you about a band from Belgium – Amenra. I am obviously very sure that I am not being deceived by the emotions I get from them so I recognize true talent in them, that’s why I am not afraid of praising them.

What can I say about Amenra? Well, my heart forces me to tell that they are simply one of the most efficient bands that I am aware of. Nevertheless, I will try to put these feelings aside. And let me tell you that it is really difficult. Those who have seen Amenra on stage will understand. Some people told me that they couldn’t sleep that day… I can tell, by personal experience, that I was so touched by their performance that I felt mentally brutalized the next day.

Amenra’s sonority could be described as atmospheric sludge or doom. I don’t want to spent a lot of time labeling them but there is one aspect that I think that deserves attention. A lot of people state they are similar to Neurosis and yes, I agree that Neurosis are certainly a  major influence. (The fact that “Mass V” will come out via Neurot Recordings proves it). However those influences do not reflect particularly in their music. I mean, if you listen to Amenra’s “Mass I” you will realize that the root layer of their sound is wicked post hardcore or something like that. So Amenra’s sonority comes from the aftermath of those hardcore roots. I guess that Neurosis are influential because of their “philosophy”. Neurosis is an ambitious project, it is far beyond delivering music and sound. Neurosis is a well-designed project with its own spirituality. And Amenra also started to develop that aspect. Amenra is a religion. A self-made, self-sufficient religion conveyed by their music.

Going back to Amenra’s sonority I think that Amenra are really special because of the following: when you listen to a song, you get the feeling that the song is being played by itself, it has an intrinsic flow. It is quite difficult to explain. Everything seems so balanced and harmonious – the rythm, the repetion. Those palm mutes interrupted by chords seem like brutal Chuck Norris’ roundhouse kicks.  And then you have Colin’s voice, that is really overwhelming. Actually he uses his voice in a surprising duality. He does cleans vocals that can resemble the purest of angels and he can scream his heart out as if his soul was decomposing.

Amenra: you really caused an impression on me. You go far beyond being a band and your philosophy is really enchanting. When I listen to your music I feel the world cracking and collapsing. And, in that process, all my tensions and all my frustrations go away. It’s like going though an infinite density that is falling apart so that I can restore my harmony. You make it all go away, the void I feel everyday in my life. I really feel your hand on my shoulder when I listen to you. I shall never forget the back tattoo of Colin H. van Eeckhout; his devotion; his vividness and humbleness. When I asked Colin if he considered himself a sufferer, he told me that he is a lucky guy because he is a persistent fighter that dodges all the obstacles of life. Amenra, thank you.

https://www.facebook.com/churchofra
https://www.facebook.com/chveh
http://www.churchofra.com/

The music and lyrics are drenched in some sort of solitude, aloneness… It’s a heart and soul driven vehicle, we try to materialize our “truth” through the ungraspable medium of music or sound. We try to tell it like it is, no means to act tough or look cool. When you’re down on your knees, we want you to feel comfortable in that place. We want to stand there behind you with our hand on your shoulder, telling you it will all be alright.

Sometimes I feel like I can take on the world during a show, I’m unbeatable, immortal. Nothing can kill me. Sometimes I feel goddamn miserable and alone in the world, even though I’m surrounded by my best friends, it all just hurts. I always fight, with whatever and whoever causes harm to the ones I love. My family, my friends. Darkness. I’ll never give up.

There is no point in doing something without trying to get as much out of it as you can. And here I mean spiritually. I feed on these things; it makes and has made my life bearable. It cleanses and heals, salves and embalms the wounds you think will never heal. We all have them, we all have to learn them and live with them. So why not help each other in doing so.

Fim de semana em Oliveira de Azeméis

Hoje trago algo ligeiramente diferente. Não vou tentar falar sobre coisas que queria perceber nem vou deixar aqui uma diarreia cerebral de lamentações, como de costume. Venho falar de coisas simples vindas de pessoas normais, como me tenho convencido ultimamente que sou. Apresento, em baixo, algumas fotos que tirei com o meu novo “brinquedo” ainda que nesta fase ele me dê mais “dores de cabeça” do que prazer. Aos poucos lá vou tentando pescar do assunto.

Oliveira de Azeméis, cidade pacífica que me acolhe ao fim-de-semana. Chega-se a casa e pode-se simplesmente estar, sem propósitos nem intenções. Os familiares e amigos vão-se cruzando, reclamando saudades. Posso, finalmente, dedicar-me a mim; ouvir música na melhor aparelhagem que tenho; comer comida da avó e sentir a minha cama.

Ao domingo sai-se de casa porque é domingo. Não é o café ou a vontade de fazer fumo, é momento para fazer o balanço da semana – para perceber que o Outono e as suas cores flamejantes estão aí; e que as temperaturas vão continuar a descer. Sorte tem a Luna (cadela Husky) que está morfologicamente adaptada.

E, amanhã, veste-se a armadura e empunha-se a espada corajosamente porque vem aí mais uma semana. Siga!